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Approfondimenti sul testo in lingua portoghese

05 settembre, 2016 - 18:07

Se a morte de Neruda foi natural ou provocada por envenenamento, provavelmente, sabê-lo-emos nos próximos meses através das análises, elaborada por uma equipa de técnicos internacionais, aos restos mortais do poeta.

A história é que o funeral de Neruda ocorreu poucos dias após o Golpe de 73 e reagrupou, apesar do recolher obrigatório, uma enorme multidão. Sem apelos, com o simples passa-palavra, transformou-se na única manifestação em massa desses dias contra o emergente regime ditatorial, num ato de amor pelo cantor da língua e da cultura latino-americana. O texto do espetáculo escrito por Luís Sepúlveda e Renzo Sicco reune e conta estes acontecimentos.

A sua representação teatral no Chile em dezembro de 2008 na Isla Negra, a casa em que Pablo e Matilde viveram os seus últimos dias juntos, foi a ocasião que fez despertar em Manuel Araya, o motorista de Neruda, um pensamento profundamente encerrado durante 30 anos de silencio: a suspeita de que as coisas na Clínica Santa Maria, em Santiago do Chile, o hospital onde o Poeta foi internado, não tenham acontecido como o certificado pelos médicos.

Esta historia onde o teatro encontra a realidade até levar a despertar dúvidas e verdades, está contida no novo livro da Apuro Edições.

Apuro Edições edita obra histórica sobre os últimos dias de Pablo Neruda que esteve na origem da exumação do corpo do poeta chileno.

O Funeral de Neruda”, de Luís Sepúlveda e Renzo Sicco na Feira do Livro do Porto

A Apuro Edições que estará presente na Feira do Livro do Porto no Stand “Alternativas e Independentes” vai lançar no dia 04 às 18h na Biblioteca Almeida Garrett, um livro que, acredita, será um dos acontecimentos da Feira – “O Funeral de Neruda” de Luís Sepúlveda e Renzo Sicco, com a presença já garantida deste último.

“O Funeral de Neruda” é um texto dramático que foi levado a cena originalmente nas casas que foram habitadas por Pablo Neruda. Mas aquele que foi um espectáculo marcante transcendeu em muito a sua dimensão teatral. É que entre os espectadores estava Manuel Araya, motorista, secretário e guarda-costas de Neruda. Tocado pelo espectáculo e pelo facto de ter sido feito por uma companhia estrangeira – A Assemblea Teatro de Turim (Itália) – decide, alguns dias depois contactar o encenador e co-autor da peça Renzo Sicco, declarando que sabe coisas muito importantes nunca antes contadas. Renzo Sicco desloca-se então ao Chile e mediante os relatos feitos por Manuel Araya, decide contactar o importante jornalista italiano Gabriele Romagnoli que parte também para o Chile e publica posteriormente a entrevista feita a Araya na revista Vanity Fair.

Este acontecimento levou então à exumação do corpo de Neruda pelas fortes suspeitas de este ter sido assassinado pelo mortífero regime de Pinochet. As análises feitas na altura determinaram o cancro que afectava Neruda como a causa da morte. Mas o governo era de direita e a dúvida manteve-se. Recentemente, novas análises, já com um governo de esquerda, afirmam que Neruda foi assassinado. Anulam-se ambas, portanto. Fica talvez a afirmação feita por Araya durante a entrevista publicada também no livro que a Apuro agora edita: “Levarei esta dúvida comigo até ao fim dos meus dias. Mas todos deveriam ter esta dúvida.”

Poucos dias depois do Golpe Militar, o Funeral de Neruda foi o único momento de manifestação de revolta pública durante os 17 anos da ditadura chilena.

Escrito magistralmente por Luís Sepúlveda e Renzo Sicco, este livro não é só uma grande obra da literatura, mas também um documento histórico, prefaciado por Fernando Sáez, director executivo da Fundação Pablo Neruda que assim descreve os efeitos do espectáculo levado à cena pela companhia de Renzo Sicco na casa da Isla Negra, onde o poeta viveu os seus últimos dias: “Esse é o notável valor desta encenação, recapitular os factos, instalá-los na história, fazê-los presentes a quem os desconhece e envolver com uma emoção incontrolável aqueles para os quais esses anos negros se mantém tão vivos”.

Sobre os autores:

Luís Sepúlveda é escritor, jornalista, cenógrafo, encenador e artista chileno naturalizado francês. Vive actualmente em Espanha, em Gijon, nas Astúrias. Como escritor é conhecido pela sua vasta produção literária, entre a qual se destacam livros como “O velho que lia romances de amor”, “A rosa de Atacama” e “A história de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”.

Renzo Sicco é encenador e dramaturgo, produz eventos culturais desde 1971. É, desde 1989, presidente e director artístico da “Assemblea Teatro – Teatro Stabile di Innovazione”, de Turim, Itália, tendo escrito e encenado mais de 50 espectáculos para esta companhia.

Sobre a APURO:

A APURO é uma associação cultural e filantrópica sem fins lucrativos, fundada em 2012. Assume-se como uma sociedade particular de Solidariedade Cultural. Cultural porque toda a sua atividade se orienta para a cultura, quer na sua vertente produtiva (teatro, cinema poesia, edições…) quer na sua vertente social. Filantrópica porque pretende criar um sistema de apoio a intermitentes do espetáculo que se encontrem em carência efetiva de emprego e/ou saúde e com estes criar um sistema de voluntariado cultural junto de outros cidadãos carenciados através de parcerias com Instituições Particulares de Solidariedade Social e outras associações com fins semelhantes.

A APURO tem como característica ter sido fundada por uma maioria de cidadãos não ligados profissionalmente à cultura mas que se interessa e preocupa com este bem fundamental para a humanidade.

Contacto de imprensa APURO: Rui Paulino David
t 919114740 @ ruipdavid@gmail.com

 

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